terça-feira, 26 de agosto de 2008

Impressões do fuso trocado

Bom, ainda estou tentando me adaptar ao velho fuso horário e à rotina de acordar de manhã e dormir à noite. Foram duas semanas trabalhando das 20h às 5h e não consegui me reacostumar, em dois dias, com o nosso querido fuso horário de Brasília.

De qualquer maneira, gostaria de postar algumas coisas sobre a gloriosa Olimpíada de Pequim, que viu a China dominar tudo, desde o quadro de medalhas até o conteúdo permitido aos jornalistas na internet da sala de imprensa. Viu também histórias bizarras, como o sumiço da vara da Fabiana Murer, o chute do lutador cubano no juiz do taekwondo e o sueco da luta greco-romana que deixou sua medalha de bronze no chão por conta de sua revolta com a arbitragem.

Teve também um tal de George W. Bush aparecendo em tudo quanto é esporte, dando manchete, com camiseta suada e cheia de pizzas, além de tirar fotos com todos os atletas que apareciam na sua frente. Aquele mesmo que, antes dos Jogos, disse a todo o mundo que a China "deveria respeitar os direitos humanos", recebeu duras críticas do governo chinês e que foi só sorrisos depois que desembarcou em Pequim.

Foi a Olimpíada da consagração de Phelps como o maior campeão olímpico de todos os tempos, do "Lightning Bolt" massacrando recordes mundiais e das mulheres brasileiras colecionando medalhas e arregaçando os homens, em comparação aos Jogos anteriores, com exceção do Cielo e do primeiro ouro do país na natação, claro.

Bom, isso todo mundo viu e já sabe. Foram escritas inúmeras linhas falando de todos esses casos, e não creio que eu tenha muita coisa a acrescentar. A não ser sobre a participação brasileira, que merecerá posts à parte.

Assim, escrevo quatro comentários sobre minhas impressões, ou o que mais me chamou a atenção, na cobertura da gloriosa Olimpíada pequinesa.

- Picaretagem
A história da menina bonita que dublou a menina feia na cerimônia de abertura foi um tiro no pé do Bocog (que organizou os Jogos). É simplesmente incompreensível os caras tomarem essa atitude antipática, desumana, com uma criança. Depois, ainda assumiram a picaretagem na maior cara-de-pau. Foi lamentável e totalmente queima-filme para os chineses, que se demonstraram tão (ou mais) preocupados com a aparência quanto seus amigos ocidentais, notáveis pela criação da "sociedade do espetáculo" (do Guy Débord). Tudo pelo "bem coletivo", certo Pequim?

- Chatice
Tá certo que Olimpíada é o ápice para aqueles que amam esporte. Mas existem esportes que simplesmente não dá para agüentar, pelo menos para nós daqui, ou eu em particular. Enumero abaixo as chatices olímpicas (espero que quem as pratique não me leve a sério):
- Marcha atlética (qualquer uma): ver homens (ou mulheres) fazendo todo aquele movimento constrangedor e andando pequenos percursos de 20 ou 50 km é um teste para a paciência. Não entendo o conceito de uma competição onde é preciso rebolar o mais rápido possível.
- Beisebol: só americano pra gostar mesmo. Eu já li a regra umas 500 vezes, quando acho que entendi eu assisto aos jogos e percebo que não entendo picas. E demora horrores, ainda por cima. O esporte, que fez parte pela última vez dos Jogos (será que volta em Chicago-2016, se os americanos ganharem?), já vai tarde.
- Mountain bike (cross country, não BMX): simplesmente demora demais e é chato de assistir.
- Ginástica rítmica e de trampolim: esporte? Será mesmo? Um monte de gente dançando e pulando na cama elástica?
- Nado Sincronizado: aplicam-se os mesmos comentários acima. Parece mais uma apresentação teatral.
- Hóquei na grama: hóquei de verdade é no gelo. Hóquei na grama é igual a futebol de praia.
- Judô: aí o problema não é o esporte, que eu até gosto de assistir. São os narradores e comentaristas que sempre tentam adivinhar a marcação dos juízes e erram 110% das vezes. É insuportável.
- Hipismo: é tradicional, eu sei. Mas tenho muita pena dos pobres cavalos de nomes estranhos e bizarros, como "Bonito Z". E me deixa puto quando dizem que automobilismo, que gera muito mais esforço físico, não é esporte "porque depende mais da máquina do que do piloto". E o hipismo depende mais do ginete do que do cavalo? Desde quando? Por último, é muito mais legal andar a cavalo do que assistir aos outros andando.
- Lutas: aquelas roupinhas agarradas, com os homens tentando se derrubar em posições unusuais. É constrangedor demais, assim como a marcha atlética.
- Pólo aquático: concordo que é um esporte, e tem seus méritos. Mas é lento e chato de assistir. É mais legal jogar, apesar de eu sempre me afogar nas minhas tentativas.
- Saltos Ornamentais: não tão chato e mais esporte do que o nado sincronizado, mas também não se salva.
- Softbol: ver "beisebol".
- Taekwondo: o problema tá na regra, que estimula a retranca dos competidores. Quase sempre que o cara tenta encaixar um golpe, ele sofre o contra-ataque e a pontuação. O bom é ficar cozinhando até conseguir o golpe perfeito, senão a vaca vai pro brejo. Azar de quem assiste, que vê inúmeros chutes e muita porrada, com o placar final de "2 a 1 para Fulano". O taekwondo dá raiva, porque é uma luta extremamente interessante e que tinha de tudo para contar com combates mais dinâmicos. Parece o vôlei de antigamente, que tinha aquela chatice de "vantagem" para cá e para lá e ninguém pontuava. Ainda bem que, nesse caso, a Federação Internacional de Vôlei percebeu que as mudanças eram necessárias.
- Vela: deixei por último porque é com "v" e também porque eu acho hoje menos chato do que há alguns anos. Comecei a entender todo aquela coisa de várias regatas e bóias, ventos, e tudo mais. Mas é dose, porque não dá pra saber quem está na liderança e a hora em que a prova vai acabar, simplesmente porque os caras estão no mar, quase que navegando cada um para um lado. Mas a tal da "medal race", ou regata final, é bem legal.

- Legais
Fugindo das obviedades, e sem entrar em detalhes, gostei de assistir provas do arco e flecha (ou tiro com arco), ciclismo de pista (bem emocionante), esgrima, pentatlo, triatlo e pingue-pongue.

- Propagandas insopurtáveis
"Extra, extra", vai para o inferno. A "valeu a pena" da Vivo também irritou nossos nervos, já que a alternância exclusiva entre essas duas propagandas, no Sportv, tirou a gente do sério. Depois, sumiu a "valeu a pena" e apareceu a da Citroën, com a versão pirata e repetitiva de "Ken Lee", da Mariah Carey.
Na ESPN, o duro era agüentar aquela velha chata gritando "Caloooooooorrrrrrr" na propaganda da Sol.
Na Globo, o Leonardo cantando a música do Apracur. Nem preciso falar mais nada.

E esses são os pitacos da "maior de todas as Olimpíadas" (ooohhhhhh!).

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Judas no Brasil

Eles voltam, para delírio de todos. O site oficial do Judas Priest confirmou na sexta-feira a informação que já havia sido revelada pela Ticketmaster. Os shows até agora anunciados estão marcados para Porto Alegre (Teatro Bourbon, 12/11) e São Paulo (Credicard Hall, 15 e 16/11). Espero que Curitiba, Rio e BH também ganhem sua boquinha.

Assim, a constatação é de que 2008 precisa ser lembrado, no futuro, como o ano em que vimos Judas Priest e Iron Maiden, as duas maiores bandas da história do Heavy Metal, fazerem shows clássicos no Brasil.

O Judas é a minha segunda banda do coração, só perdendo para os canadenses nerds do Rush. Vi um grande show com o Ripper Owens neste mesmo Credicard Hall, em 2001, e presenciei uma apresentação histórica no Anhembi, em 2005, já com Rob Halford.

Ansioso estou desde já, e vou tentar de tudo para ir nos dois dias em SP. Sei que vale a pena. Para quem curte a energia, o deboche e a agressividade de Halford e cia, únicos no Heavy Metal, é obrigatório.

ET: Ouvi o "Nostradamus" pela primeira vez no último final de semana, e a impressão não foi das melhores. Achei muito repetitivo e sem uma grande canção pra se destacar (como é o caso da "Judas Rising", um clássico que valia pelo "Angel of Retribution", de 2003, inteiro). Mas vou comprar o disco e farei uma análise mais precisa.

PS: Foto por Amanda Ayre, do judaspriest.com. Show do Judas em Vancouver - 24/07/2008.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Tuvuca olímpico

Nunca fui um blogueiro assíduo, é fato. Mas creio que a cobertura dos Jogos de Pequim vão me deixar ainda mais ausente neste endereço virtual. Essa coisa de trocar de fuso sem trocar de país é realmente bem confusa.

Mas não vejo a hora de o negócio começar de verdade.